Pular para o conteúdo principal

Cultura e a perpetuação do desenvolvimento II



  Continuando ao post anterior faço uma pergunta proposital, o que aconteceria se a Zona Franca acabasse hoje?...o caos, pobreza, mais isolamento..melhor parar por aqui e ser mais otimista, mas francamente, acho difícil Manaus ser uma cidade desenvolvida, porque o subdesenvolvimento é algo intrínseco a cultura local, em 50 anos do modelo, ainda não  conseguimos sequer tomar as rédeas do Polo Industrial de Manaus, basicamente servimos ao interesses externos e brigamos por canetadas em Brasília, aff.
   Mas como perpetuar o desenvolvimento através da cultura? Ao longo da história a religião se incube disso, porém no século XXI com estados laicos isso se torna impraticável, nos resta a educação e digo isso de uma forma ampla, ou seja, não só a que se aprende na escola, mas a que se aprende no dia-a-dia. No post anterior falei que o desenvolvimento é uma obra de décadas, sendo mais preciso digo 5 décadas, tempo necessário para que toda uma PEA (População Economicamente Ativa) esteje alinhada aos valores do desenvolvimento. Chegado a esse ponto o desenvolvimento ocorreria de maneira natural, sem soar artificial.
  Voltando a Zona Franca, em 50 anos o desenvolvimento não chegou, quer dizer chegou a alguns, porque basicamente o amazonense continua em regime de servidão a empresários externos, os empresários locais fazem o mesmo, a cultura de que  o de fora é melhor continua intacta, nenhum amazonense montou uma grande indústria, nenhum produto genuinamente amazonense foi lançado no mercado, nenhuma inovação endógena ocorreu, será que foi por falta de canetada?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros, termômetro de confiança?

Acredito que a formação ética e financeira seja o principal caminho para termos juros baixos. Antes de tudo é bom afirmar que o juro é talvez o melhor termômetro de confiança que se pode ter de uma economia. Além de instrumento de política econômica seria salutar vermos o juro como termômetro de confiança do mercado na capacidade de pagamentos da população. No tocante à formação ética sugiro uma formação escolar que contemple os itens básicos de convivência e respeito aos bens alheios, isso torna-se necessário pois ao usufruir de um crédito seja bancário ou não, o brasileiro comum tem o hábito de acreditar que o crédito seja um bem dele e que não deve satisfações ao credor que lhe confiou, isso leva a um estado em que credores precisam praticar altos juros por conta da falta de ética dos seus clientes.  Imagine se num passe de mágica 95% dos brasileiros, passassem a ver os limites de cheque especial como um bem alheio e não como algo seu, se crescessem sabendo que o crédi...

Cultura e a perpetuação do desenvolvimento.

   Desde algum tempo tenho defendido que a cultura é o elemento mais importante do desenvolvimento, razões há para isso, pois é o único meio eficaz para perpetuar uma ideia, ao contrário de estruturas e dinheiro que facilmente podem se desfazer, a cultura é um elemento imaterial de difícil modificação.     Em suas crônicas Nelson Rodrigues já dizia que o subdesenvolvimento não é obra do acaso e sim uma construção de séculos, já esse humilde blogueiro que vos fala afirma que o desenvolvimento não é uma chavezinha que é ligada e sim uma construção de décadas, ufa ...pelos menos não precisamos de séculos para nos desenvolver.     Um país rico pode facilmente ficar pobre, venezuelanos que o digam, porém um país desenvolvido dificilmente voltará ao subdesenvolvimento, vejam quantos países arrasados pela guerra na Europa são subdesenvolvidos hoje? Quanto tempo levaram pra reerguer? Eis o papel na cultural em ação, pois nesses países o desenvolvi...